sexta-feira, janeiro 18, 2008

domingo, dezembro 02, 2007

No meu jardim

«Dans mon jardin
Il y a la poste, y a mes copains
La caissière du Félix Potain
Dans mon jardin
Il y a mon chien
Il y a sa niche il y a son vin

Dans mon jardin
Il y a les julots des pas-noyaux
Y a des usines, y a des poubelles
Y a les escrocs de la rue de Courcelles

Dans mon jardin
Il y a des touristes, y a des martiens
Des coccinelles et des cafards
Des porcs et des cages à lapin
Moi je voudrais bien
Un beau matin
Qu'il y aie une fleur dans mon jardin
Qu'il y aie une fleur dans mon jardin

Dans mon jardin
Y a des avions il y a des trains
Des contrôleurs dans le souterrain
Des autoroutes et des chemins
Il y a la bécane de mon frangin,
Dans mon jardin
Moi je voudrais bien
Qu'il y aie une fleur dans mon jardin
Qu'il y aie une fleur dans mon jardin

Dans mon jardin
Y a des déserts sans lendemain,
Y a des vieillards, y a des gamins
Y a des grandes forêts de sapins
Il y a de la houle et du crachin
Dans mon jardin
Y a des millions d'hommes en chaleur
Il y a des jolies filles qui pleurent
Dans mon jardin
Un beau matin
Y avait une fleur dans mon jardin
Y avait une fleur dans mon jardin
Y avait une fleur dans mon jardin

Ta petite bouche petite fleur
Tu l'ouvres comme petite étincelle
Elle s'ouvre ta petite bouche
Petite fleur elle est belle
Tu regardes le soleil

Dans mon jardin
Les cons s'y ramassent à la pelle
Y a plus de place dans ma poubelle
Il y a de tout, il n'y a de rien
Dans mon jardin,
Il y a des dortoirs, y a des crachoirs
Il y a même eu des fours crématoires
Il y a des couloirs pleins de portrait
Des gens qu'on n'excusera jamais
Dans mon jardin
Il y a la mer là-bas au loin

Elle est belle cette petite fleur
Je l'adore, ses petits yeux
Elle m'aime, et tout doux pour vous
Ses petits yeux, tout petits

Un beau matin
Y avait une fleur dans mon jardin
Moi je l'ai pas vu
J'ai marché dessus
Moi je l'ai pas vu
Moi je voudrais bien
Un beau matin
Y avait une fleur dans mon jardin
Moi je l'ai pas vu
J'ai marché dessus
Moi je l'ai pas vu
Moi je voudrais bien
Un beau matin
Y avait une fleur dans mon jardin
Moi je l'ai pas vu
J'ai marché dessus
Moi je l'ai pas vu
Moi je voudrais bien»

Manu Chao . Dans mon jardin

Boa notícia

Depois de uma grande (e desgastante) semana em Castelo Branco, no serviço de cirurgia, resolvi passar por aqui, no rescaldo de mais uma grande vitória do Futebol Clube do Porto, para deixar uma boa notícia.

A incidência do HIV/SIDA em Portugal está a diminuir.

Sai um VIVA pá diminuição da incidência do HIV/SIDA.


ps: não escrevo mais porque estou em exames e não está nada fácil.. Gastro já tá feito, bem ou mal, mas feito. Agora vem cirurgia e cardio.. ai ai ai ai...


segunda-feira, novembro 19, 2007

life at the OR

Fui agora "destacado" para o serviço de cirurgia, novamente em CB. E depois do primeiro dia posso fizer que estou bastante entusiasmado pelo que deixo aqui uns videozitos pa abrir o apetite. :D





domingo, novembro 11, 2007

O valente Senhor Vicente


Depois de cardiologia, estou agora na rotação de gastro, já na 3º e penúltima semana, antes de me mudar para cirurgia, por uma semana. Nos primeiros 2/3 dias não gostei mesmo nada desta especialidade, e o meu prognóstico de que estas 4 semanas não seriam do meu agrado, começou-se a confirmar no momento em que tive de perguntar a um doente se as fezes dele eram em "geleia de amora" ou "água de arroz" e se já tinha tido vómitos em "borras de café" ou em "jacto", mas algo veio mudar a minha opinião acerca desta especialidade. Apesar de não ser uma especialidade que me atraia por demais, deixou de ser uma das que (para já) figuram no extremo inferior da minha lista.

Durante as primeiras 2 semanas vimos maioritariamente doentes com Cirrose Hepática de etiologia alcoólica, alguns com ascite refractária e encefalopatias avançadas. Vi também um doente que na primeira semana parecia estar bem de saúde (não fosse o seu tom de pele amarelo "simpson" que nos mostrava a sua grave icterícia), e que, na segunda feira da segunda semana, reparando que o seu estado geral estava bastante deteriorado, perguntei ao nosso tutor o que tinha acontecido e fiquei a conhecer pela primeira vez a sensação de impotência de se estar a perder um doente e nada poder fazer senão deixá-lo ir. Tinha no máximo 2 dias de vida. No dia seguinte passei discretamente pelo seu quarto e vi o filho sentado numa cadeira, cabisbaixo. Olhamo-nos, e antes que ele me perguntasse alguma coisa e me deixasse embasbacado entrei na sala de reuniões que é logo na porta ao lado. Seria a última vez que veria o sr. João nesse quarto. Faleceu durante essa noite.

Na segunda-feira seguinte ficamos a saber que teríamos, cada um, um doente a nosso cargo. Ficamos entusiasmados pela confiança que depositaram em nós, mas ao mesmo tempo assustados, já que a Dr.ª Cecília queria que nós, não só chegássemos a um diagnóstico, mas que também sugeríssemos terapêuticas que nos parecessem adequadas e que escrevêssemos o diário clínico do nosso doente. Num desses dias, o doente de uma colega minha precisou de realizar uma paracentese e eu é que realizei esse procedimento. Luva de cirurgia de tamanho 7 (que me ficou um pouco pequena), e muito nervosismo, já que estavam 8 pessoas a olhar para mim, e era a primeira vez que iria realizar esse procedimento. Palpei a espinha ilíaca anterior esquerda e tracei uma linha imaginária em direcção ao umbigo (este doente tinha uma Cirrose Hepática de etiologia alcoólica avançada, com uma hérnia umbilical evidente, e como tal já tinha sido picado antes, pelo que não foi difícil definir o ponto a picar) e preparei-me para picar no terço mais próximo da espinha ilíaca. Avisei que iria picar quando chegasse ao número 3 e piquei à passagem do 2, para evitar que o doente contraísse e o tivesse de picar outra vez. A picada foi bem sucedida e só faltava tirar uma amostra de líquido ascítico para análise e depois proceder a drenagem do restante do líquido. Tirou-se 6,5 (!!!) L. Pode-se então dizer que a primeira paracentese que realizei correu ás mil maravilhas apesar de estar a tremer como varas verdes. :P

M. Vicente foi o doente que me saiu em sorte. 87 Anos, motivo de internamento: vómitos incoercíveis. História de doença actual: colangiocarcinoma operado em Junho; evidência de esofagite grau A, gastropatia erosiva, gastroparésia, úlcera e estenose bulbar; refere disfagia; desidratação; IR pré-renal; tem HTA, ICC (insuficiência cardíaca congestiva; DPOC; FA (fibrilhação auricular; Alzheimer; derrame pleural bilateral. Ou seja, o meu primeiro pensamento foi… tou tramado! Além disso a Dr.ª Cecília fez o favor de me dizer, com um sorriso nos lábios: “o Dr. é que teve algum azar. Saiu-lhe o doentinho mais difícil!”. Fui falar com ele para tentar obter a história, tarefa que se revelou muito difícil porque eu não sabia que ele tinha Alzheimer e o Sr. Vicente não se conseguia lembrar de quase nada, a não ser de que estava muito chateado com o filho por este o ter trazido para o hospital. Tentei explicar-lhe que o filho tinha feito bem em trazê-lo para o hospital, porque se ele vomitava tudo o que comia, algo tinha de estar mal. O Sr. Vicente mostrava-se então mais tranquilo e compreensivo. Passei a ir falar com ele todos os dias, apesar de saber à partida que não iria obter novas informações, mas a verdade é que comecei a afeiçoar-me a ele e a ter pena dele, e sentia que ele gostava de falar comigo. A história ia-a obtendo junto dos enfermeiros. Quando chegava ao quarto e ele estava a descansar, ficava ali sentado à procura de algo nos livros que o pudesse ajudar. Um dos dias, após falar com um dos enfermeiros (todos muito simpáticos e prestáveis), soube que ele tinha tido um vómito em jacto, o que poderia significar que ele tinha uma obstrução. Entretanto, li algo sobre a sonda naso-gástrica e perguntei à Dr.ª Cecília se não seria uma boa ideia. Ela concordou e decidiu passar a minha ideia à prática. Mandou-me calçar umas luvas e disse-me “vais ajudar-me!”. Confesso que fiquei até com medo, mas não tive que fazer nada mais do que tentar tranquilizar o Sr. Vicente.

A primeira vez que lhe tentaram colocar a sonda, verificaram que seria mais proveitoso tentar colocá-la o mais distal no intestino delgado possível, não só devido a gastroparésia evidente mas também para ultrapassar a estenose bulbar que apresentava, mas a guia saiu do sítio e veio para o estômago. Demos-lhe 100cc de água e logo de seguida o Sr. Vicente vomitou tudo. Tínhamos de repetir o processo. Se da primeira vez o Sr. Vicente se contorcia e chorava, na segunda vez contorcia-se e chorava de forma ainda mais veemente, e quando lhe tiramos o endoscópio e lhe estávamos a colocar a sonda com a guia, ele dizia que queria morrer – “mais vale darem-me um injecção e matarem-me já.”.

Confesso que soltei uma lágrima.

No fim do processo confessei à medica que estava arrependido de lhe ter dado a ideia da sonda. “Foi uma boa ideia. Desse modo podemos tentar estabilizá-lo para que ainda possa ir a casa, coitadinho”. Aí fiquei de rastos. Eu já sabia que ele estava mal, mas agora a Dr.ª Cecília tinha confirmado o pior. A mulher do Sr. Vicente apareceu pouco depois de voltarmos com ele do Raio-X para confirmar se a sonda tinha ficado para lá da estenose bulbar que ele apresentava, e era a vez da Dr.ª Cecília dar a mulher do meu doentinho a notícia que me tinha dado a mim minutos antes. Ela soltou uma lágrima, mas mostrou-se conformada, e foi ter com o seu marido com um sorriso nos lábios. Afinal ela tinha um marido valente, muito valente, do qual se podia orgulhar.

Eu, depois de um dia extenuante, fui para casa descansar, mas não conseguia deixar de pensar naquele homem a apertar-me a mão e a suplicar-nos para acabarmos com o seu sofrimento.


quarta-feira, outubro 17, 2007

Politiquices

Ando triste comigo mesmo. É que já apreço um político.. Prometo que vou escrever de forma mais assídua, mas histórias novas que é bom nem vê-las.. :P mas isto tem uma explicação:


Fiquei colocado no hospital de castelo branco, no serviço de cardiologia, que ainda fica a uns bons 60km da covilandia, o que me obriga a acordar todos os dias por volta das 7.30 pa chegar ao serviço as 9.15 (já com pequeno almoço tomado). Normalmente o nosso tutor manda-nos fazer uma historia clínica e ir ver um ou outro doente com patologias "engraçadas", para nos manter entretidos enquanto ele trabalha (que é como quem diz: "vão pra ali brincar aos médicos e quando já me souberem dizer algo sobre o doente voltem"). E nós vamos. E voltamos. Mas durante este ir e voltar há algumas circunstâncias que são novidade para nós. A partir de agora (e aqui vai mais uma promessa!) vou passar por aqui para contar alguns desses momentos.

Numa dessas nossas incursões, surgiu-nos uma doente cujo caso nos impressionou.
PN, sexo feminino, trinta e poucos anos foi internada por ter uma estenose mitral grave com indicação para operar. Falamos com a senhora de modo a realizar uma boa história clínica e em seguida fizemos o exame objectivo. Dirigimo-nos então para falar com o nosso médico, a quem vou chamar Dr. Carvalho Pio, que ouviu atentamente a descrição da nossa doentinha. Depois de lhe transmitirmos o que tínhamos apurado ele perguntou-nos quais o ECD (Exames Complementares de Diagnóstico) que pediríamos neste caso. Pedimos análises sangue, ECG e Eco. Na Eco confirmamos a hipotese de estenose mitral grave e entao pedimos um Cateterismo para sabermos como estava a função do coração. Verificamos que a PN tinha de ser operada, o que o Dr. Carvalho Pio confirmou. Ele contou-nos entao que ja tinha falado com aquele que ele considera o grande especialista a nível nacional em substituição/reparação da VM, mas ele tambem nos contou que esse grande especialista não aceitou operar a PN. A razão para não operar esta jovem de trinta e poucos anos e sem mais nenhum problema de saude excepto a estenose mitral era simples: a doente tinha excesso de peso. É verdade que a PN não era a elegância em pessoa mas declinar uma operação que pode por em risco a vida de uma doente so porque ela tem uns quilinhos a mais não me parece uma atitude digna de um médico. PN mede 1,61 m e pesa 75kg, o que confirma que está com excesso de peso, mas continuo a axar cruel que a esta jovem senhora tenha sido negada a cirurgia. O Dr. Carvalho Pio, que estava compenetradíssimo em ajudar a PN, conseguiu que outro médico a operasse logo na semana seguinte, o que foi extraordinário.

Nota: todos os nomes são fictícios assim como alguns dados que forneço de modo a garantir o sigilo médico a que sou obrigado.

segunda-feira, setembro 10, 2007

mmmmm... i wonder who...

somebody....


i mean...

really... somebody cheated on mi...

i wonder...

terça-feira, setembro 04, 2007

if you read you'll judge - kurt cobain

01.08.2007

Sonho

Um destes dias tive um sonho… Tava mesmo cansado e decidi deitar me um pouco a tarde na minha cama para descansar e acabei por adormecer… De repente dei por mim numa sala arejada, com paredes brancas e chão em madeira, sofás pretos, muito confortáveis, aliás, incrivelmente confortáveis, com apoio para os pés e tudo. Ao lado dos sofás tinha uma mesinha pequena também em couro preto, com apenas um cinzeiro de prata no centro e o controlo remoto da aparelhagem hi.fi que estava em frente aos sofás. As colunas eram imponentes e emanavam um som límpido e desconcertante que fazia abanar as folhas da planta que estava pousada em cima da aparelhagem (ou pelo menos nisso acreditava na altura). Junto do controlo remoto estava um charuto cubano, de cuja marca não me lembro, e uma caixa de fósforos. Acendi o charuto (eu que na “vida real” nem sequer fumo habitualmente!) e senti me outro. Um bafo de ar adocicado entrou me pela boca e segurei-o um pouco na via entre a boca e o nariz sem o deixar ir para os pulmões, e expeli-o maioritariamente pelo nariz. Senti-me leve e livre. E acordei. Acordei com vontade de fumar um charuto de verdade, mas, ainda não surgiu a oportunidade. Talvez um dia.

Ferias

Fui de ferias para o México, para Yucatan, e adivinhem que me acompanhou… yep.. o Mr. Dean, furacão de escala 5 ( a máxima!). O pessoal dos hotéis circundantes foi evacuado pró meu hotel, porque ao que parece era o único construído segundo as normas anti-ciclone da Florida, ou como dizia o Cajo, e com piada, «era o único que era de cimento e não uma palhota!». Tinha razão. De resto fui visitar o Chichen Itzá, tive c a minha prof de filosofia do 11º, joguei futebol debaixo de 45ºC e com humidade a rondar os 98%, tive uma otite, bebi margaritas e daiquiris, comi nachos, totopos e burritos, fui ao mar, vi tartarugas e cardumes de peixes EEENOOOOORMEEEEES!!!, vi beisebol mexicano na tv, falei espanhol, italiano, francês e inglês!!!, roubei um chapéu a um dos motoristas do hotel, colei a bicicleta de um deles com fita cola a um poste dps d lhe ter pegado pa dar uma volta as 4 da manha e ele me obrigar a devolver, fui pos jacuzis a noite, assustei iguanas, tive saudades, fartei me rápido do méxico, andei d autocarro, conheci gente porreira, futuros colegas, tive medo do Dean, tive uma otite outra vez, bronzeei, comprei lembranças, marralhei os preços, ouvi musica do meu ipod sem parar, bebi tequilla enquanto dizia “gregório gregorito”, encontrei pessoal de Vizela que não via aos anos, dancei a musica “bahia príncipe” vezes sem conta!!! e finalmente voltei pa Portugal numa viagem que ao total demorou mais de 17horas! Cheguei exausto! Mas foram ferias…

SW

Des-Ilusão

FCP

Dominador… a melhor equipa nacional… sem surpresas

Eu sei que já ninguém lê isto, mas d kk modo dsclpem a ausência (demasiado) prolongada…

paz